Por 10 a 1, STF mantém prisão de Robinho, condenado por estupro

Defesa de ex-jogador tentava reverter decisão do Supremo que permitiu prisão no Brasil

Davi Vittorazzi, da CNN, Brasília
Robinho no Manchester City, em 12 de dezembro de 2009, na Inglaterra
Robinho foi preso em 2024  • Laurence Griffiths/Getty Images
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O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta sexta-feira (29), por 10 votos a 1, manter a prisão do ex-jogador Robson de Souza, o Robinho.

O ministro Luiz Fux, relator do processo, votou para negar o recurso da defesa. Ele foi acompanhado por todos os ministros da Corte, com exceção de Gilmar Mendes, que divergiu.

O julgamento ocorreu em plenário virtual, iniciado em 22 de agosto, e foi concluído nesta sexta.

A defesa do ex-jogador tenta reverter a decisão do Supremo que confirmou determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para o cumprimento da pena por estupro no Brasil. Robinho foi condenado pela Justiça italiana a nove anos de prisão pelo crime cometido em 2013.

Em seu voto, o relator afirmou que o recurso utilizado pela defesa - embargos de declaração sobre um habeas corpus - é inválido para a ocasião.

"Com efeito, os embargos de declaração somente são cabíveis quando houver, na sentença ou no acórdão, ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão, consoante dispõe o artigo 619 do CPP", disse.

"Sem razão a defesa. O Plenário desta Suprema Corte, por maioria, afastou expressamente, ao caso concreto, o princípio da irretroatividade previsto no art. 5º, XL, da Constituição Federal, considerando-o inaplicável, na hipótese dos autos", completou o ministro.

A CNN tenta contato com a defesa do ex-jogador para se manifestar sobre a conclusão do julgamento.

Condenação

Robinho foi condenado na Itália a nove anos de prisão por participação no estupro coletivo de uma mulher de 23 anos, ocorrido em uma boate italiana em 2013. Na época, o jogador atuava pelo Milan.

O ex-jogador está preso desde março de 2024, após o Supremo autorizar o cumprimento da pena no Brasil. Ele está detido na Penitenciária de Tremembé, conhecido como o “presídio dos famosos”.